Por que algumas dívidas crescem tão rápido?

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Quando você precisa comprar um eletrodoméstico ou um aparelho eletrônico, sua ideia inicial é pagar à vista ou parcelado?

A maioria das pessoas escolhe o parcelamento, porque considera que a divisão deixa o orçamento mais leve.

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Esse é o caminho para entender por que algumas dívidas crescem tão rápido.

Ao pensar dessa forma, você calcula o peso daquela compra considerando apenas a despesa que terá a cada mês.

Mas com o passar do tempo, você percebe que a compra está saindo bem mais cara do que o esperado. Isso se explica por um simples motivo:

O parcelamento faz com que você pague juros compostos. Nas lojas, a tática de destacar o valor das parcelas em vez do preço total costuma funcionar bem.

Dívidas crescem com juros cobrados sobre juros

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Os juros compostos também são chamados de juros sobre juros.

Muita gente não entende exatamente como eles funcionam, mas por causa deles as dívidas crescem rapidamente.

Para ficar mais claro, imagine que você tem uma parcela de R$ 100 e terá 3% de juros por mês.

Na parcela seguinte, o valor que você vai pagar é de R$ 103 + 3% e assim por diante.

Os juros vão se acumulando e é isso que faz a dívida crescer. É exatamente por isso que o valor de uma compra à vista é tão mais baixo do que o valor final de uma compra parcelada.

Para que os consumidores não percebam esse efeito perverso dos juros compostos, os lojistas calculam o preço total de uma compra parcelada e dividem as parcelas em valores iguais.

Assim, com parcelas fixas, parece que não há juros embutidos.

Parcelas iguais também têm juros

É por isso que costumamos dizer que a expressão “x parcelas sem juros” não existe.

Isso é um truque de mercado para você não perceber que está pagando juros escondidos em cada parcela da compra.

Além disso, quando você perde o controle do uso do cartão de crédito, também fica sujeito a lidar com juros que encarecem demais o valor da sua dívida.

Cartão e cheque especial têm as taxas mais pesadas

Ainda que o governo tenha mudado as regras do rotativo – que faziam com que as dívidas no cartão de crédito crescessem em uma velocidade absurda devido ao efeito dos juros sobre juros –, você continua arcando com juros altos.

Hoje, o crédito rotativo não pode ser cobrado por mais de 30 dias. Se dívida não for paga nesse prazo, o banco precisa oferecer um parcelamento para a pendência.

Caso contrário, o cliente fica com o nome sujo.

A grande questão é que não há um limite para os juros do parcelamento, a única regra é que eles devem ser mais baixos do que os cobrados no rotativo.

Isso significa que o banco pode fazer o parcelamento com juros muito próximos àquelas taxas absurdas, ou seja, seu bolso continua sem alívio e as dívidas crescem quase do mesmo jeito.

No caso do cheque especial, os juros também são estipulados pelos próprios bancos. Sendo assim, se você o usa como se fosse uma extensão de sua renda, corre o mesmo risco de cair em uma dívida enorme e com juros abusivos.

Agora que você entende como os juros compostos funcionam, vale redobrar a atenção antes de fazer qualquer compra parcelada, usar o cartão de crédito ou o limite do cheque especial, não é mesmo?

 

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